Soneto romantiquinho
Abriste-me as comportas de meu mar.
Os graves tormentos tento expulsar
Nas líquidas salgadas mornas dores,
Que não pingam, pois jorram, se te fores...
Sou náufrago a avistar nenhuma vela...
Anos sem ver sequer uma só estrela...
Miragens de você a encantar-me...
Vã ilusão a lacerar minha carne...
Tufões de pavor, ondas de rancor,
Sede, insolação, seja o que for,
Nada me desola superiormente
Que despedace e seja bem maior
Que a extrema ideia de estar sempre só,
E mal acompanhado: ser ausente...