O DESNUDAR DO CÍRCULO
Com que certeza tens a inocência,
Que mentes, mas não falas,
Desde o entardecer até a nova aurora,
De um círculo lunar a levantar-se,
Numa rara pureza com que danças?
E as suas pálpebras,
Estavam fechadas para mim,
Onde teu lânguido olhar,
Não trazia mais a mística de teu canto.
Oh, suntuosidade dourada!
Que sois tentadora com os lábios,
Do encanto de quem busca o favo,
Do qual adoças-me, mas diante de ti,
Aí, sim, negas-me com tuas palavras.
E paras teu bom rodopiar,
Com vestes brancas e vermelhas,
De tal maneiras que eu,
Nem posso memorizar.
De tamanha sonoridade,
Demonstrar na sua compostura,
A liberdade que apenas vejo,
Sair da primavera que sussurra.
Não há névoa a lançar-te a escuridão,
Ou que faça-te ser menos do que és,
A esperança de outrora,
Que na plenitude da devoção,
Andei perdendo-a para o meu fim.
Que nesta aproximação,
Vim a tremular e sentir,
O teu modo de inspiração,
Enquanto encorajavas o tempo,
Sob custódia imediata,
Do subconsciente do coração.