O DESNUDAR DO CÍRCULO

Com que certeza tens a inocência,

Que mentes, mas não falas,

Desde o entardecer até a nova aurora,

De um círculo lunar a levantar-se,

Numa rara pureza com que danças?

E as suas pálpebras,

Estavam fechadas para mim,

Onde teu lânguido olhar,

Não trazia mais a mística de teu canto.

Oh, suntuosidade dourada!

Que sois tentadora com os lábios,

Do encanto de quem busca o favo,

Do qual adoças-me, mas diante de ti,

Aí, sim, negas-me com tuas palavras.

E paras teu bom rodopiar,

Com vestes brancas e vermelhas,

De tal maneiras que eu,

Nem posso memorizar.

De tamanha sonoridade,

Demonstrar na sua compostura,

A liberdade que apenas vejo,

Sair da primavera que sussurra.

Não há névoa a lançar-te a escuridão,

Ou que faça-te ser menos do que és,

A esperança de outrora,

Que na plenitude da devoção,

Andei perdendo-a para o meu fim.

Que nesta aproximação,

Vim a tremular e sentir,

O teu modo de inspiração,

Enquanto encorajavas o tempo,

Sob custódia imediata,

Do subconsciente do coração.

Ricardo Oliveira (Poeta e Escritor)
Enviado por Ricardo Oliveira (Poeta e Escritor) em 05/05/2022
Código do texto: T7510061
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