TENTATIVAS
Estou aqui tentando...
Não traço proposituras, nem projeto o arquétipo da libertação
Porque me vejo sob prisão, porque não posso definir esse destino
Não posso curar o desatino, nem posso relativizar o ato vão
Mas tento enganar meu coração, que foge em direção ao que estou fugindo!
Fugindo das curvas que me dilaceram, nas quais o meu desejo segue acidentado
Lembrando sem ser lembrado, mentindo ao dormir pra não sonhar
Querendo não te encontrar, mas sendo ao teu sorriso endereçado
Igual o pássaro aprisionado, alado mas sem poder voar!
Voar a um mundo imaginário, cujo céu e mar te suplantem mais belos
Onde meus versos não sejam forma poetizada de te construir
E a indiferença não possa me ferir, tampouco demolir os meus castelos
E teus silêncios não sejam flagelos em minha face um pranto a esculpir!
Porque meu grito apenas pede uma chance de viver sem te amar
E implora à madrugada cesse o detonar em meu interior dessas ogivas
Findando as derivas da paixão que vê na tua perfeição seu mar pra navegar
Mas nada que tentei até aqui de mim te pôde arrancar - são reles tentativas!