TENTATIVAS

Estou aqui tentando...

Não traço proposituras, nem projeto o arquétipo da libertação

Porque me vejo sob prisão, porque não posso definir esse destino

Não posso curar o desatino, nem posso relativizar o ato vão

Mas tento enganar meu coração, que foge em direção ao que estou fugindo!

Fugindo das curvas que me dilaceram, nas quais o meu desejo segue acidentado

Lembrando sem ser lembrado, mentindo ao dormir pra não sonhar

Querendo não te encontrar, mas sendo ao teu sorriso endereçado

Igual o pássaro aprisionado, alado mas sem poder voar!

Voar a um mundo imaginário, cujo céu e mar te suplantem mais belos

Onde meus versos não sejam forma poetizada de te construir

E a indiferença não possa me ferir, tampouco demolir os meus castelos

E teus silêncios não sejam flagelos em minha face um pranto a esculpir!

Porque meu grito apenas pede uma chance de viver sem te amar

E implora à madrugada cesse o detonar em meu interior dessas ogivas

Findando as derivas da paixão que vê na tua perfeição seu mar pra navegar

Mas nada que tentei até aqui de mim te pôde arrancar - são reles tentativas!

Reinaldo Ribeiro
Enviado por Reinaldo Ribeiro em 03/05/2022
Reeditado em 03/05/2022
Código do texto: T7508656
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2022. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.