RECORDAÇÕES

Ainda ouço distante, o trotar de um cavalo solitário,

na montaria seu dono viaja sacolejante, com seu destino incerto.

Vai por aí, pensando, somente que deve voltar

de que forma não se sabe, mais um dia voltará.

As auguras desse viver, eles não desejam a ninguém,

mas não trocam nada disso por uma vida junto ao lar.

A volta de um caminhante é emocionante ao chegar

são poucas horas aconchegantes com muita estória prá contar.

Assim vive o TROPEIRO por esse mundo a vagar,

puxando burros de cargas, para quem quiser comprar.

Essa vida eu não vivi, mais sei muito bem contar,

Pois meu velho e querido Pai, antes de nos deixar.

Contou-nos estórias hilariantes, que nos coloca a pensar,

Em suas memórias distantes estou sempre a divagar.

Velho TROPEIRO querido, que pela vida passou,

não deixou nem por um instante aquilo que começou.

Aos onze de idade que essa vida iniciou,

teve estória tão bonita, que nem é bom se lembrar.

porque, se eu lembro agora, é bem possível chorar,

que Deus abençoe este Velho TROPEIRO onde

quer que deva estar.

07.05.98