Lábios Teus
Espelho de minha solidão
Doçura, azedume, coração.
Suavidade que me tortura
Desejo que em mim perdura
Sentimento que dura, dura, dura.
Maciez que machuca
Tons da noite
Frio da luz do sol,
Solidão
Frieza
Por que teus lábios me são doces?
Minha liberdade te faz sofrer
Tua prisão e teu limite me faz livre
Antes a verdade dura que a mentira leve.
Teus lábios me prendem.
Prisão perpétua.
Contínua doçura,
Teus lábios nos meus.
Que outros lábios beijaria?
Mesmo se assim fizer
Neles eu procuro os lábios teus,
Preso regresso, confesso, sou eu
Da liberdade da doçura
Que em um segundo por completo me leu.
Gritas que eu vá.
Em silêncio fico.
Distancia permanente que encurta ecos,
Na doçura de teus lábios permaneço, peço.
Neles sempre termino e começo,
Já que neles adormeci
E por eles permaneci
Por mais que eu vá, neles, morri
Pois a liberdade, em teus lábios, senti
Espelho de mim mesmo,
Minha imagem identifiquei, vi.
Lindos,
Doces,
Fortes,
Frágeis,
Secos das verdades de dias,
Molhados e quentes, o que eu faria?
Desejo ardente, de dia me despiria,
Lábios em mim,
Meu gosto como realmente sou,
Teu azedume me adoça,
Em que me prende, me enforca,
Porca retorcida e torta,
São teus lábios nos meus.
Infortúnio,
Liberdade,
Vida e morte,
Lábios teus.