Lábios Teus

Espelho de minha solidão

Doçura, azedume, coração.

Suavidade que me tortura

Desejo que em mim perdura

Sentimento que dura, dura, dura.

Maciez que machuca

Tons da noite

Frio da luz do sol,

Solidão

Frieza

Por que teus lábios me são doces?

Minha liberdade te faz sofrer

Tua prisão e teu limite me faz livre

Antes a verdade dura que a mentira leve.

Teus lábios me prendem.

Prisão perpétua.

Contínua doçura,

Teus lábios nos meus.

Que outros lábios beijaria?

Mesmo se assim fizer

Neles eu procuro os lábios teus,

Preso regresso, confesso, sou eu

Da liberdade da doçura

Que em um segundo por completo me leu.

Gritas que eu vá.

Em silêncio fico.

Distancia permanente que encurta ecos,

Na doçura de teus lábios permaneço, peço.

Neles sempre termino e começo,

Já que neles adormeci

E por eles permaneci

Por mais que eu vá, neles, morri

Pois a liberdade, em teus lábios, senti

Espelho de mim mesmo,

Minha imagem identifiquei, vi.

Lindos,

Doces,

Fortes,

Frágeis,

Secos das verdades de dias,

Molhados e quentes, o que eu faria?

Desejo ardente, de dia me despiria,

Lábios em mim,

Meu gosto como realmente sou,

Teu azedume me adoça,

Em que me prende, me enforca,

Porca retorcida e torta,

São teus lábios nos meus.

Infortúnio,

Liberdade,

Vida e morte,

Lábios teus.

Carlos Maciel CJMaciel
Enviado por Carlos Maciel CJMaciel em 28/04/2022
Reeditado em 28/04/2022
Código do texto: T7504736
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