Borboletas no estômago
Quando partir, deixarei tuas coisas sobre a cadeira, abrirei pela última vez a estridente porta do quarto que leva a teu rosto: sereno; em repouso.
Ensaio eu, todas as falas daquilo que não lhe disse, dos sentimentos que não encontraram palavras para serem expressos, dos sorrisos que não foram vistos, das vozes que não foram escutadas e das marcas que ficam enquanto eternas. Olho-te por longos minutos, com o rosto tensionado por não querer partir: Gostaria de voltar na noite que nos conhecemos, morar em teu silêncio.
Parece ser o último olhar, o último suspiro apaixonado, o último ato de amor que escorre pela última lágrima em meu rosto, em tons de desgosto, por não ver mais gozo de viver.
Ao partir, deixarei também a minha parte que se partiu, não espero jamais recupera-la: está em cacos, por não querer ter sido partida - Espero que a encontre, que te dê forças para viver, motivos para acordar, leveza para viver e iluminar o dia, com o brilho que habita em teu olhar.
Meu bem,
você sempre me deu borboletas no estômago.