COMO A VIDA
Quando foi a minha primeira paixão?
Ah! Veio como vulcão em erupção descontroladamente atômico
E suas lavas escorriam pelas minha língua enlouquecidamente
E toda energia era regurgitada
Em outra boca, sedenta e havida
Nossas vidas dependiam disso
Como um beija flor busca energia em cada flor
Nossos corpos se consumiam em êxtase sem fim
Se esvaziavam por fim
A rotação e a translação eram inconvenientes desnecessários
Bastava apenas sorver o momento como se fossemos apenas nós em toda existência!
Tudo mais desnecessariamente inútil
Um mundo que cabia apenas o necessário, eu e você
Juventude, energia e lava incandescente
E por fim, descobrimos a finitude de todas as coisas belas
Com ela tive meu primeiro amor
Que se extinguiu como tantos outros vulcões
Talvez nem lembre seu singelo nome
Mais não posso apagar a eternidade de cada momento
Suave, belo e efêmero
Como a vida.
Rio, 21/04/2022