Das Dúvidas que me Restam
Uma ilusão nasceu entre nós, e se chamava
amizade. se fez como cortina, ocultando
o que não acontecia, não havia.
não ouve o ser, ter ou tocar;
houve distância,
sentimentos lentamente sufocados.
hoje existe dúvida; o constante "se" é
o que me atormenta. posso apenas imaginar como seria
o outro caminho, aquela realidade alternativa utópica;
posso criar em minha mente
imagens felizes, mas junto delas inevitavelmente
se criam emoções ruins.
Ela não era tão previsível, não refletia todas as cores
talvez fosse complicada como eu,
contida como eu, esperando uma resposta,
assim como eu. então a julguei ser igual às demais;
mesmo tendo em mim, acima da própria consciência,
tantos sintomas que ocorriam ao simples encontro.
tudo o que mais ninguém seria capaz.
Nossa contato se restringiu a gestos:
sorrisos contidos, abraços e olhares...
Mas os olhares não mentiam; convencem
mais que palavras. mas não posso compreender
o que eles dizem; seu olhar fez de mim um cego.