Amores estranhos
Estranho é o amor dos amantes
Que medem palavras
Que não se fazem errantes
Que olham apenas para si
E não olham adiante
Estranho é o amor dos distantes
Que nunca se encontram
Mas seguem presentes
Até mesmo se tocam
Estando ausentes
Estranho é o amor repentino
Aquele mesmo, esbaforido
Que nunca escolhe
Ele é todo enxerido!
Você pode desejar a um poeta
Ou ao inimigo
Estranho é o amor subversivo
Aquele mesmo, revolucionário
Cheio de desejos e vontades
Nem um pouco reacionário
Explodindo de verdades
Porém, mais estranho do que tudo
É não experimentar
Tantos amores diferentes
Cada um a sua maneira
Todos eles tão ardentes
Cada um com seu andar