Não pronuncio um adeus sequer

Não pronuncio um adeus sequer, na busca por sinais de partida

Mantenho-te em cada passo, sei de ti em cada vento que traz à vida meu nome

E, por um segundo, tenho o impulso de minha própria origem negar

Só para que possas dissipar teu nome por ares que a mim não cheguem

E em qualquer canto a me recostar, vens a me chamar

Em toda manifestação de consciência, e aos olhos cerrados

Vem o desejo de te dizer adeus, e à boca chegam as palavras

Repetidas na esperança de ao coração ecoarem com eficiência

Adeus, adeus, que cada dia me permita mais longe de ti estar,

Que a cada manhã a retomar movimento de vida

Possa tua lembrança em cada minuto se apagar

Despeço-me de teu corpo, de tua voz, de tua imagem nostálgica

Não deixo nada teu em mim permanecer, mas tomastes forma

Voltas sempre suspenso, por onde eu for andar