E das vezes, amor, que em silêncio te escondi

E das vezes, amor, que em silêncio te escondi

Pelas paredes da casa, e sem inverno algum

Reaparecestes queimando o teu nome em meu olhar,

Ainda que contra o curso de meus pés

Em crepúsculo de estação alguma

Talvez tenha eu aceitado tua luz como real

E passastes pelos corredores a reafirmar

Lembrança e presença que não posso tocar

E sem que as fendas de bem vivido tempo suspeitassem

Amei-te sem ilusão, busquei-te sem passado,

Andei pelos quartos sem te pronunciar...

E se na rede meu corpo em repouso termina o dia,

Em todo cimento do chão tu descansas

E guardado, permanece a aquecer as horas da noite