NATURALMENTE
Sou filho do vento,
Adotado pelos trovões,
Irmão das chuvas de verão,
Primo-irmão do sol,
Amante da primavera.
Sou sublime,
Não raro, efêmero.
As vezes sou verão, e gosto,
Noutras sou outono e me vejo triste,
Noutras vezes sou inverno,
E me recolho e recorro a ti.
Sou absolutamente natural,
Sofro das semelhanças e influências das estações,
Sou como um poema qualquer,
Cheio de metáforas e sujeito a interpretações mil.
Ora, um conto,
Noutra uma fábula.
Só não mudo minha paixão pelo sol.
E só sei que és meu sol,
De resto sou só ignorância.