Um nome que possa chamar meu
Quão insano é querer
aquele fogo que consome
sem deixar rastro
somente as cinzas espalhadas
frias sozinhas
Uma falta que isola
qualquer querer estar
egoista em obter
as sensações perdidas
em traços de uma escrita
Ainda que fossem impelidas
elas não retornariam
aos olhares preciosos investidos
trocados no silêncio
castigados pelas partidas
insano é perceber
que tudo se extinguiu
como um brinquedo do olhar escondido
uma criança ansiosa por novidade
cativa de um mundo definido por outros
Então eu somente guardo
os erros sem nome
as lembranças sem apelidos carinhosos
e os sentimentos
para um nome que eu possa chamar
e que nomeie de volta
Marcus Vinícius Araújo Pereira