O Amor é um rio confuso e difuso
Meu amor, por quais razões eu te amo tanto?
Depois de tantas traições, logros e desencantos,
Depois de tantos segredos, de tantos prantos?
Ouço a tua forte e meiga voz no lento vento,
Vento que caminha tão triste comigo, sonolento;
Tua intensa voz era meu estema ante tantos tormentos.
E ouvindo a tua solidão no vento, eu sinto
Toda a densidade de teu amor nesse labirinto,
O qual envolve o meu corpo indistinto, extinto.
No silêncio da multiforme treva que nos confronta,
Minha alma ainda te adora, pois a paixão sempre é tonta;
Amores e desejos mortos? Quando se ama, tudo então conta!
E há tantos amores confusos, desejos e medos insepultos!
Eu te amo tanto, mas nossas vidas são dores e tumultos;
Amar é um conjunto de rios que temem se beijar, difusamente juntos.