Horas da noite
Horas da noite chegadas atrasadas
Para que o meu lamento não fosse visto
O desassossego que quer morar na minha alma
Não fosse acompanhado, não encontrasse abrigo
Espera dolorosa do cantar agoniante
Nos suspiros profundos de incessante penar
Arredios pensamentos que rondam sem permissão
Inebriando as horas que teimam em não chegar
Doce e serena noite esconde agonias tão grandes
As neblinas disfarçam o verdadeiro tecer
Perto e distante ao mesmo tempo se fazem
É vida que morre para depois para sempre viver.