RECAINDO
Mais uma vez movido de irredução, renhido de inócua determinância
Sigo nessa infância que irrompe a galopes rumo à liberdade do desterro
Mirando acerto nesse erro, cego ante o sequido para avistar pujança
Que definha em nome da esperança, que mente para o sonho em seu pesadelo!
E a tudo quanto me remete tal esconderijo, quer me iludir e me horripilar
Mandando achá-la onde não está, para de paz chamar tamanha irrupção
Assim a graçolar do lacerado coração que se asfixia no turbilhão do próprio ar
Estrangulado pelo respirar, atado ao oceano incendiado na paixão!
A ela dou meu irrestrito beneplácito, enquanto dela só me vem seu renuir
A fim de que não possa ir o que de mim na mais completa obsessão lhe almeja
Para que vendo-me não veja, nem sua alma me perceba ou queira me intuir
E a felicidade talvez decida-se fingir, e a solidão não me ataque nem proteja!
Assim percorro a lúgubre vereda que tenta te esquecer a sangue e dor
E morro congelado no calor, vivendo sob engodo da verdade que mentia
Porque a cada nova ventania me vejo arrastado pelo amor
O mesmo que meu coração matou, mas que a cada alvorecer ele recria!