ENTRE OS LENÇÓIS
Ouço o vento que assovia...
E pelos vidros das janelas,
Eu e a minha doce amada
Observamos a chuva cair...
São três horas da manhã...
E eu aqui nos braços dela
E ela nos braços meus...
E o vento noto ou bóreas,
Lá fora, tão frio a soprar,
Sem ser convidado, entra
Pelas frestas das janelas
E percorre o nosso quarto,
Fazendo com que eu e ela
Busquemos se aquecer
No calor de nossos corpos
E presos em nossos abraços...
O termômetro registra o frio,
E eu tento aquecer-me nela,
E ela se aquecer em mim...
E entre os lençóis de linho
E a nossa colcha de cetim,
Nem percebi o tempo passar,
Eu nem vi que o tempo passou
E o vento frio chegou ao fim...
Foi uma linda noite de amor
Entre lençóis de puro linho
Ou confortáveis cobertores
Que em nossa cama, de certo,
Foram testemunhas mortas,
Dos delírios sem pudor
Ou nossas loucuras de amor.
E assim, entre lençóis, eu e ela,
Ela e eu, oras, no livro do tempo,
Escrevemos com rubicunda cor,
Mais um lindo capítulo da história
Da consumação do nosso amor.
Citação: Lei 9.610/98.
De fevereiro de 1998.