AMOR INCONCESSO

E de repente...

Num instante fugaz,

Tão de repente, sinto

Adentrar em meu peito

Uma saudade imensa...

E o meu olhar distante

A percorrer o horizonte,

Em vagos pensamentos,

Se perdem em busca dela

Que mais uma vez,

Não veio ao meu encontro.

E eu aqui tão só, sozinho

Na solidão do meu mundo,

Fico mastigando sonhos

E engolindo desilusões...

Inquieto, impetuoso,

Tecendo palavras...

Palavras que sufocam,

Que me corroem o peito

E me doem na alma,

De certo, por eu tolhido estar

De viver este sentimento lindo,

Este amor inconcesso,

Que quanto mais proibido ele é,

De ser vivido ou compartilhado,

Mais ele cresce e viceja em mim.

Desculpe-me, me desculpe amor,

Mas não fui eu quem quis assim,

Não fui eu quem escolheu

Existir para amar você...

Quão triste é a dita, a minha dita

De só querer quem não me quer,

De só amar quem não me ama...

Que triste é a minha sina

De só viver amores proibidos.

Quisera eu amor,

Que tivesses o coração livre...

Livre para vir ao meu encontro,

Se entregar em meus braços

E sem receio nem pudor, me amar

Por inteira, assim como eu te amo.

Citação: Lei 9.610/98.

De fevereiro de 1998.