O PASSEIO

Dei-me nestes dias meus a ver-me aventurado

Compenetrado em passos distraídos, completamente imerso

Deliciando o verso nascido em peito apaixonado

Sentindo a dor desse punhal cravado, ouvindo o silêncio com quem converso!

Foi ele quem me induziu a te avistar - olhos repuxados

A deslumbrar nesses teus cachos o céu a me inundar de fascinação

Que me mostrou tua morena feição e a sedução dos teus perfeitos lábios

Só não me ensinou a suplantar todos os estágios para alcançar teu coração!

E assim qual réu sentenciou-me a ser escravo tal liberdade

De me enganar com essa inverdade tão verdadeira quanto a esperança

Dando-me a maturidade de uma criança, que brinca de mentira com a realidade

Serenando a insanidade com tons da mais abnegada insegurança!

Porque pensei, e agora sei, que tudo não passou de engano

Que o ganho foi o fim do barco que negou-se a navegar

Quisera tanto fosse firme o caminhar num chão de mar seguro e plano

Mas era tão somente um sonho num mundo de ilusão a passear!

Reinaldo Ribeiro
Enviado por Reinaldo Ribeiro em 12/04/2022
Reeditado em 15/04/2022
Código do texto: T7493751
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