A Inês já é morta do lado de cá
Deixar-te-ei
Se me chateei
Aqui já não há espaço
A quem aborrece um coração
Pesam-me os pêsames
Menos do que já pesaram antes
Isento do espólio
P’ra evitar declaração
Judia de mim, ó cão!
Mas, não faça teatro na janela
Que eu não sou Minhocão
Tampouco espetáculo na varanda
Que eu não sou quarentena
As máscaras caíram
Via elevado em gota-serena
Suas tentativas, desleais
São como Solimões tentando se misturar no Rio Negro
Nossa temperatura, velocidade e química
Já não são mais iguais
Em um âmago amargo
Seguimos unidos
Unidos pelas nossas cicatrizes
Como atrizes
De um musical sem som… sem sim
Agora, que sei dizer “não”
Cerrada a cortina
Posso viver enfim