Tempo-Noiva

Diz-me “anima” que só respira,

Quando todo o momento do dia,

Fosses apenas uma vida,

E com sua fagulha, chegar a acender,

O fogo a existir nesta pira.

E ela estará diante daquela,

A qual será o tempo-noiva,

Que de imediato surgirá,

Como as chuvas em lágrimas.

No ato cerimonial,

Das feras de campos únicos,

Cujo sorriso e as peripécias das suas risadas,

Transformarem-se o cenário sombrio,

Em lampejo dos cânticos.

E é por tantas razões,

Meu esconderijo vem a ser,

De tal maneira escondido,

Que nem meus olhos conseguem ver.

Tortura-me encontrar-te,

E sentir que os esforços que faço,

São tão inacreditáveis,

Quanto rasgar a camisa a qual tenho,

E mostrar-me quem sou por dentro,

Enquanto o sangue escorre, molhando o meu peito.

-Quem pode desejar “veritas”,

Quando ela nem é humana,

Ainda sem a pureza da face,

Com os lábios que nada clamam?

Justificar-me-ei contigo,

Espírito a aparecer no leito,

Quando meu corpo estiver “immobile”

Ao afagar-me inteiramente dormindo.

06/04/2022.

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Ricardo Oliveira (Poeta e Escritor)
Enviado por Ricardo Oliveira (Poeta e Escritor) em 06/04/2022
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