MORDEU MEU ORGULHO
Meu sorriso morreu
em sua indiferença,
calou-se-me a voz
quando a sua, séria,
disse "não!"
Aquele "não!"
eivado de desprezo
não foi um simples
"não", quem dera!
Aprofundou-se no mar
do desprezo. Como?
Logo quem tanto
me amara!
Sim, a boca que me beijou
com carinho
mordeu meu orgulho,
rasgou-me a auto-estima
e ressaltou que
o enorme "não!"
não era retórica,
mas um não
tristemente real
Gilbamar de Oliveira Bezerra