MEMÓRIA APAIXONA
Vivo nós todos os dias,
E não foram esses tantos dias,
Tantos invernos e verão que se passaram,
Que me fez ou faz me distanciar um minuto.
Nem sempre estou assim,
Nem sempre me regozijo na saudade,
Só quando lembro do teu cheiro adocicado,
E assisto nas paredes a imagem dos teus cabelos.
Só quando a memória se esmera,
E me traz o sabor da tua boca e me embebedo,
Faz-me rever teu rosto lindo, desenho de sonhos,
E sinto o roçar da tua pele em mim e me arrepio.
E quando a memória branqueia,
Todas as cores são cinzas sopradas no tempo,
E os momentos passam desapercebidos, sem graça,
Sem beira, sem motivos, sem eira nem razão.
E rogo que a memória me permita,
Voltar a lembrar tudo de ti, de nós,
Fazendo os dias bem mais afortunados,
Pelo menos ao meu saudoso coração amante.
Eacoelho