Pássaro esquisito
Ontem eu estava de bobeira na rua
Em um céu nublado, um pássaro
Com meus pés colados ao chão
Sem poder voar
Apreciei de longe
Sem poder me encantar
Uma garota que sorria com os olhos puxados
Parece que não há nada para mim
Nada para mim
Apenas o olhar do diabo em seus olhos femininos
Sorriso para o inferno
Talvez seja melhor guardar meu caderno de poesias
Um sereno apagaria minhas serenas palavras
Talvez, só um pouco de certeza, não há nada para mim
Quando a chuva começa a castigar
O mesmo pássaro, raivoso por natureza, entra em mim
Tatuado em meu peito
Como cicatrizes de um passado cru e frio
Uma sombra segue minha alma
Deixa a mulher de olhos negros e gira sensual de fora
Longe de tudo que se pode tocar, sentir e realizar
Deixando tudo em plena solitude
Ouvindo vozes de um passado problemático
Sempre olhando para o céu
Esperando a chuva passar
Talvez eu nunca termine meu caderno de poesias
Uma chuva cheia de raiva faria minhas palavras raivosas machucarem alguém
Talvez, só o copo meio cheio, não há nada para mim
O último pingo de chuva cai em meus olhos
Fazendo fechá-los e sentir a natureza
Presente do Criador
Olhar fotos do passado não vai ajudar em nada
Promessas de fim de ano quebradas
Seu rosto em pedaços no chão
Aquele pássaro em fim viu o sol
Com grande dor saiu do meu peito
Pingando sangue enquanto choro
Cicatrizando para nunca esquecer
Algumas coisas podem ser ótimas se você apenas deixar
Após a chuva, um sorriso do outro lado da rua
Com belos cachos, aquela boca parece ser minha para o resto da vida
Faz meu coração pulsar sempre forte, após fazermos amor