vertigios
Um dia sou poesia,
Outro dia vestígios,
Papeis em vogais enrugadas,
Hoje uma madeira velha,
Triste e usada.
Nesta manhã, amante, moldando
Cachos e orvalhos de ossos,
Plantando grãos frios no terremoto, colhendo na terra
palavras calcinadas no mar morto.
Neste instante sou fome
E cereal de trigo silvestre,
Um licor demasiadamente
Inverno, fendido no coração
Completamente ausente.