Vestígios

Nessa dança

Tropeço em meu vestido

Me embalo com teu cheiro

Pertubando meus sentidos

Minha vontade se expande a cada toque minucioso em meu corpo

Guardo detalhes fragmentados de uma noite em vendaval

Para ti, carnal

Em mim, espírito, amor, desejo, vontade

Quanto de mim dar-te ?

Quanto de mim já dei...

Por amor me entreguei

Em sonhos soterrados que são partes de mim

Metades de agora

Lembranças de outrora

Nuances doentis

Mudanças enclausuradas

Testemunhas lapidadas

Sofro tanto... sem demora

Nos lamentos das tardes de céu aberto

Encontrei meu deserto incerto

De onde surgem em mim poesia

Foi o tempo que passou

Tanta gente, não restou

Em nada mais valia

Assim foi

Assim tu ia

Amor de brincadeiras em quintais

Cotidianos

Reais

Nem ideais tenho mais

Mas a esperança ainda vibra!

Em mim algo ficou

Dos tempos das cartas

Flores e serenatas

Palavras que eternizou

O meu dizer é em travessias

Minha desgraça: é poesia

E de meus dedos sangram meus vinte

Que seja mais um palpite!

Ah... quantas esferas

Meu amor,

Quem me dera!

A ti falar o que sinto

Mas o tempo passa

As coisas não são de graça

E com graças eu brinco

E minto

E finjo

Para ti nunca há amor

Nunca há o que diz

Serei sempre boa atriz

Que faz disso uma chacota!

Escondo em escombros o que quero revelar

Está tarde

Vai passar

E tudo que me dizia

Dos Mistérios

Alegorias

Das tuas loucas fantasias!

Fez que foi

Não ia

Dos assombros e magias

Nossos corpos em sintonia

Na mesma temperatura

Já era dia

Abri meus olhos

Corpo quente

Mente fria

Eu disse que acabou!

E tu, meu amor?

Acabaria?

Bruna S S E
Enviado por Bruna S S E em 28/03/2022
Código do texto: T7483128
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