À mulher mais amada desse mundo

Quando estava perdido fugi,

Pra bem longe corri

Senti seu cheiro, e o persegui

Fui atrás, batalhei, até quando

Você encontrei

Encontrei em ti

Um lugar desconhecido

Medo não tive, e adentrei

Fui atrás do tempo perdido

E me emancipei

Quis ter te para todo o sempre

E fiz do hoje, eternamente

Jamais pensei, inconseqüente.

Nada além de ti tinha em mente

Queria ser seu e seu somente

Tempos difíceis passamos

Guerras e lutas travamos,

Mas nossa vida jamais deixamos

Sempre soubemos dar o valor

Ao que tínhamos, o amor

De você por tempos longe fiquei

Tive que cuidar de alguém, pra valer

Mantivemo-nos unidos, mesmo pondo tudo a perder

Mas por você, faria tudo valer

Até que então tive que por você um deserto abater

Atravessei mares e oceanos

Caminhei por areias perversas

Tracei linhas tortas, e escritas não tão certas

Como um cego fiquei, pois não via nada

Que não fosse você

Por noites e noites imaginei

Nosso reencontro e vida nova

E quando a dor me assolava o peito

E a chaga aberta sangrava, quando no México sozinho estava

Eu para o futuro olhava, e eu em ti enxergava

Esperança grande assim me manteve vivo

Por sobre meu orgulho passei

Minhas feridas curei

E com você um filho criei

Até, que os deixei

Bem ao certo dizer não sei

Desespero bateu a porta

Percebi o que ainda não tinha visto

Sonho meu tão esperado, tinha se tornado

O pesadelo premeditado

Vi como uma visão de apocalipse

Meu futuro contigo, tão triste

Separado de quem me quis bem

Fugitivo de não sei quem

Excluído por não ser “do bem”

Quis fazer-te minha refém

Mas percebi que comigo tu não irias além

Enquanto meu coração ainda pulsava

Tinha eu de tomar uma atitude

Usei minha mais pobre virtude e fugi

Para bem longe de ti

Fui me e deixei o que tinha de mais terno

Hoje vivo e ainda erro

Porém não tenho ele, meu mais belo filhote

Ainda sorrio, mas sei que não é sincero

Sinto falta da vida que tinha ao seu lado

Não me esqueço dos dias ensolarados

Fugi porque me estrangulavas, mas em teus braços tu me consolavas

E hoje me encontro esculachado

Um bobo abandonado

A vida que tínhamos não era de novela

Nossa casa, singela

Mas via te a minha espera, sempre na janela

Era o marido, e tu eras ela.

Tento desde então

Achar outra razão

Consigo sempre motivar-me e

Diariamente relembrar me

O porque de minha fuga

Viver sei que consigo

Mas sinto me como se já soubesse que

Nesse jogo que jogo

Sei quem ganha, sei quem marca

Sei que amor de verdade não se esquece

Sei que tempo tenho o bastante

Que contigo foram-se alguns anos

Mas olho para frente e não a vejo comigo

Sei que foi de repente

Mas tente entender for o melhor para gente

Talvez possamos com outro alguém

Viver tão intensamente

Mas não sinto coragem, não sei

Se tento novamente

É difícil acreditar que possa existir “ a gente”

Caminho então sentenciado

Nobre, porém calado

Vivo num barco afundado

Onde jamais serei encontrado

Escondo me aqui nesse beco, afastado

Com medo de ser achado

E mais uma vez retirado desse mundo e levado

Para um lugar frio e como sempre mutilado,

E ter como de praxe, meu coração jogado,

estilhaçado e meu futuro ameaçado

Espero então que encontre

Um alguém sem ambição

Um ser em negação

Para que possa ser seu capachão

E nunca dizer não

Sempre te amarei não faz sentido

Mas que amei te com todo meu ser,

Meus cupidos podem te dizer

Tenho a ti só bem querer

E espero um dia te ver

Feliz e sadia,

Segura e completa

Alegre e sorridente

E que tenhas uma família enorme e contente

Como um dia sonhei em dar-te, em fazer parte...

L Nissola
Enviado por L Nissola em 22/11/2007
Reeditado em 19/02/2008
Código do texto: T748174
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