Amor sem porquês
Eram tempos de outono.
Desprevenidos,
envolveram-se
num manto dourado de alucinações
enquanto dançavam um bolero
ao redor das mesas de um boteco qualquer.
Paixão ao primeiro abraço,
entregaram-se sem pudores ao
passos que os conduziram aos descaminhos da paixão.
Era tudo tão verdadeiro,
intenso,
inesperado,
sentimental...
Da paixão ao amor,
um percurso acidental.
Moviam mundos e leitos
numa busca transcendental.
A razão invocada
desentendeu-se com o amor
que sobreviveu ao poema
nas entrelinhas dos
por quês e resistências.
Rogoldoni
24 03 2022
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