De amor não percebeu que cansou

Alma ofendida pelo amor disperdiçado

Deu tudo sem pensar

Fez-se inteira em toda hora

Menina-mulher de beleza rara

De vontade forte e decidida

Sincera nas suas palavras e delas cuidadosa

Era amante do que podia lhe dar a vida

Ela foi murchando sem perceber e sem que vissem

Foi saindo aos poucos dos lugares

Desmanchando os sorrisos devagar

Retirando os olhares que redletiam

Sentando e se esvaziando lentamente

Desaparecendo dos lugares que ia

Foi morrendo em presença sutilmente

Doou-se por amor e dele viveu

Era completa para si e para o outro

Cúmplice da bondade, da boa conduta

Mas guardava os dissabores que lhe ofereciam

Não percebeu que também precisava de calor e de atenção

Não regou e nem foi observada

Encheu sem perceber de tristeza o coração.

Maria Jucilene de Moraes
Enviado por Maria Jucilene de Moraes em 26/03/2022
Código do texto: T7481606
Classificação de conteúdo: seguro