De amor não percebeu que cansou
Alma ofendida pelo amor disperdiçado
Deu tudo sem pensar
Fez-se inteira em toda hora
Menina-mulher de beleza rara
De vontade forte e decidida
Sincera nas suas palavras e delas cuidadosa
Era amante do que podia lhe dar a vida
Ela foi murchando sem perceber e sem que vissem
Foi saindo aos poucos dos lugares
Desmanchando os sorrisos devagar
Retirando os olhares que redletiam
Sentando e se esvaziando lentamente
Desaparecendo dos lugares que ia
Foi morrendo em presença sutilmente
Doou-se por amor e dele viveu
Era completa para si e para o outro
Cúmplice da bondade, da boa conduta
Mas guardava os dissabores que lhe ofereciam
Não percebeu que também precisava de calor e de atenção
Não regou e nem foi observada
Encheu sem perceber de tristeza o coração.