A LUA E O LOBO
Eis uma história
Lenda das lendas
Que vos vou contar
Esperando com tal
Agradar
É a história d
A Lua e o Lobo
Sempre se amaram
Nesse crer infinito
Que o amor
É mais forte
Do que tudo
Do que o próprio mito
Ele desde pequeno que a via
E desde pequeno que a amava
Sendo a ela
E não às lobas
Que ele à noite uivava
Até que veio o dia
Em que ele farto de gritar
Sem que ela
O parecesse escutar
Lhe ousou
Perguntar:
-Porque estás ai
Muda e silenciosa
Julgas-te mais do que o nada
E assim, sobranceira
Poderosa?
Eu que te amo
Porque sempre amei o impossível
Eu que te amo tanto
Em vão
Que mais valia amar o impossível
E ela
Para seu grande espanto
Lhe respondeu
Mas com palavras
Que só ele as ouvia na sua cabeça
E que rasgaram o céu:
-Eu também te amo
Mas não tenho forma
Feitio ou maneira
De to mostrar
Apenas com a luz
Quando estou cheia
De amor
A luz do meu luar
Fomos feitos um para o outro
Na nossa eternidade
Mas tu morrerás
E eu continuarei
Para toda a eternidade
Por isso
Não mostro mais o meu amor
Jamais falarei
Pois não saberia suportar a tua morte
Sem também me eclipsar
E há tantos amantes
Tantas gerações
Que eu tenho ainda que iluminar…
E o lobo
Triste se contentou
Mas escuro ficou o seu coração
Conformado
Uivou pela última vez
A ela
E foi esse uivo
Que inspirou
E que escreveu
Esta espécie de canção
D’
A Lua e o Lobo