Ausente de si
Permanecia alheio à alvorada e ao vento que as manhãs traziam
Sem cor, lamentava as dores da noite que passou
Olhava e nada via era como se não estivesse ali
Passava a hora despercebida, não enxergava, nada sentia
O ar que lhe tocava e as flores que apareciam
Em vão falavam, só recordava os horrores
As nuvens lá em cima olhavam e passavam apressadas
E por meio da estrada seus passos tentavam acompanhar
Não sabia ao certo o que desejava, pois estava ausente de tudo
O sossego se distanciava e ocupava-se somente do medo.