Amo-te!
Para te beijar adestrei os pecados dos lábios
deixando velhas e viciantes leviandades in terminis...
Para te beijar fui confiteor a própria castidade…
Para te ter aprisionei a fogosidade dos dedos
Banhando-os na água pura das poesias vernáculas…
Para te ter amputei os próprios dedos!
Para te ouvir amordacei gemidos antigos nos ouvidos!
Semeei Latria pelas vozes do silêncio na saudade...
Para te ouvir perfurei com mentira meus ouvidos!
Para te cheirar incendiei mil campos floridos...
sem força de esperar a tua vinda nos ventos de oeste…
Para te cheirar colhi todas as flores que vi!
E se a vida for passando… passando... e não vieres!
Admitirei que te amo!