TODA A MINHA POESIA
Não sei o que há de tão especial em ti, moço.
Se este silêncio que tudo ordena
ou este olhar de âmbar que me despe as vontades.
Quando estou ao teu lado a vida acontece.
A terra estremece nas articulações do corpo teu
quando, sobre o meu, verbaliza indecências em gestos,
e luxúrias, e afetos, e sedução e ternura!
... Numa total descompostura!
Num amor desorganizado,
que me traz aos trilhos,
tornando-me tua, sou satisfeita.
As estrelas brilham no céu da tua boca
quando me ofereces teus beijos
à minha boca louca de desejo...
... Talvez o que nos completa
seja nossa incompletude de tudo o que resta.
Talvez isso seja muito ou
talvez seja pouco.
Nada medimos,
ou pesamos,
ou mesmo pensamos!
Somos quase irracionais,
obedecendo aos desejos das nossas peles e entranhas.
Nada mais...
É algo ainda ambivalente, misterioso, que não sabemos designar,
Apenas sentir
E isso é tudo!
... És a porção do meu verso que o poema alcança,
quando, enquanto poeta, encontro a palavra para descrever
em detalhe, toda a minha poesia.