Amor Burlesco/Romance Análise Acidental

Matou em mim beijos noturnos

Calou em meus estômagos

As carícias que em meu corpo pulsavam

A vontade é a misericórdia da condenação

Eu bebi do seu sangue, mas ele não me quis

Não se convertera em ferrugem na língua

Uma dúzia de eternidade perene de oito horas

Teu sangue desce o paladar como ansiolítico

Eu nem tenho força para te segurar com as pernas

Como posso eu confabular o corte de cebolas

A cada tiro que devoto a tua boca espaçada

Me clama uma morte lenta e humilhante

O vinagre ganha cada grama do meu corpo

Como se fosse maré dançando na lua cheia

O perfume do desajuízo, o gosto ambíguo

Em teu toque infame comovendo cinemas

Imediatamente e erótico, o peso do corpo

Transmuta o caos, pesa contra costelas

Troca as mãos e a línguas pela severa

Tanatoscopia tradicional das criaturas hostis

Me leia fora das tuas digitais engorduradas

Tudo é domesticado, menos a espera

Ela está viva, pulsando seus ideais

Acima da dádiva descoberta no mistério pobre

E tudo que a cerca ainda era morte, antecipada

As unhas, a esperança, o perfume, deus, a cor de seus cabelos,

O propósito, o própolis, a saliva, a formiga, os olhos,

A constância, o sexo, a juventude, a idealização, a matéria

A parábola paranoia: Poderíamos mais?

O toque mais calmo e viril, o equilibro de gafanhotos

Cordões invisíveis nos forçam sorrisos, em telas-performances

Eu tenho tua atenção? Por favor, um punhado de teu rancor

Pierrot Ruivo
Enviado por Pierrot Ruivo em 20/03/2022
Código do texto: T7476944
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