Amor Burlesco/Romance Análise Acidental
Matou em mim beijos noturnos
Calou em meus estômagos
As carícias que em meu corpo pulsavam
A vontade é a misericórdia da condenação
Eu bebi do seu sangue, mas ele não me quis
Não se convertera em ferrugem na língua
Uma dúzia de eternidade perene de oito horas
Teu sangue desce o paladar como ansiolítico
Eu nem tenho força para te segurar com as pernas
Como posso eu confabular o corte de cebolas
A cada tiro que devoto a tua boca espaçada
Me clama uma morte lenta e humilhante
O vinagre ganha cada grama do meu corpo
Como se fosse maré dançando na lua cheia
O perfume do desajuízo, o gosto ambíguo
Em teu toque infame comovendo cinemas
Imediatamente e erótico, o peso do corpo
Transmuta o caos, pesa contra costelas
Troca as mãos e a línguas pela severa
Tanatoscopia tradicional das criaturas hostis
Me leia fora das tuas digitais engorduradas
Tudo é domesticado, menos a espera
Ela está viva, pulsando seus ideais
Acima da dádiva descoberta no mistério pobre
E tudo que a cerca ainda era morte, antecipada
As unhas, a esperança, o perfume, deus, a cor de seus cabelos,
O propósito, o própolis, a saliva, a formiga, os olhos,
A constância, o sexo, a juventude, a idealização, a matéria
A parábola paranoia: Poderíamos mais?
O toque mais calmo e viril, o equilibro de gafanhotos
Cordões invisíveis nos forçam sorrisos, em telas-performances
Eu tenho tua atenção? Por favor, um punhado de teu rancor