BOREAL
E por já não sentir a tua presença amiga
teu olhar, teu cheiro... o teu jeito brejeiro,
dentro do meu quarto e bem perto de mim,
meu terno, e infinitamente amado irmão,
o frio penetra e, qual seta assassina,
minha energia rouba... e mina;
minha alma se faz solitária e doente.
Esse gelo que dura – perdura.
E esse frio – de repente -
será falta de fé que se sente?
Esse vazio tão grande, profundo,
essa dor sem descanso, nem cura,
será só e apenas uma saudade tua
que se esconde - certeira e fatal -
no fundo do fundo dessas paredes nuas,
hoje, mais que nunca, indiferentes, duras,
sem compaixão por essa loucura abissal ?!
Não, doce irmão; não, meu amor primeiro:
Foste mesmo tu, ao partir. que aqui deixaste,
esse frio verdadeiro, essa obsessiva paixão;
esse Iceberg incrustado no lugar do coração.
Silvia Regina Costa Lima
[Escrito em 29/8/1966 (aos 14 anos) e revisto em 1995]
*Bóreas – Deus do Vento do Norte – frio e rigoroso
E por já não sentir a tua presença amiga
teu olhar, teu cheiro... o teu jeito brejeiro,
dentro do meu quarto e bem perto de mim,
meu terno, e infinitamente amado irmão,
o frio penetra e, qual seta assassina,
minha energia rouba... e mina;
minha alma se faz solitária e doente.
Esse gelo que dura – perdura.
E esse frio – de repente -
será falta de fé que se sente?
Esse vazio tão grande, profundo,
essa dor sem descanso, nem cura,
será só e apenas uma saudade tua
que se esconde - certeira e fatal -
no fundo do fundo dessas paredes nuas,
hoje, mais que nunca, indiferentes, duras,
sem compaixão por essa loucura abissal ?!
Não, doce irmão; não, meu amor primeiro:
Foste mesmo tu, ao partir. que aqui deixaste,
esse frio verdadeiro, essa obsessiva paixão;
esse Iceberg incrustado no lugar do coração.
Silvia Regina Costa Lima
[Escrito em 29/8/1966 (aos 14 anos) e revisto em 1995]
*Bóreas – Deus do Vento do Norte – frio e rigoroso