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AMEI-TE
Inspirado na balada homónima de Florbela Espanca
Amei-te muito, e eu creio que me quiseste
Também por um instante, nesse dia
Em que tão docemente me disseste
Que amavas ’ma mulher que o não sabia.
Aquele dia foi, aquela tarde!...
E morreu como morre todo o sonho
Deixando atrás de si só a saudade...
Da quimera bebi naquele dia
A tragos bons, profundos, a cantar...
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E como o rei de Thule da balada
Deitei também a minha taça ao mar...
F. Espanca
AMEI-TE SIM, NÃO O DESMINTO
NÃO NUM INSTANTE, MAS TODA VIDA
FOSTE PARA MIM O ABSINTO
QUE ME PERDERIA, QUERIDA
ACHO QUE NUNCA SABERIAS
DESSE AMOR FUNESTO E FATAL
QUE ME ARRASTOU SEM CORTESIAS
E ASSIM FEZ TANTO, TANTO MAL
MAS SE MAL ME FEZ, TANTO MELHOR
QUE ACABE TUDO DE UMA VEZ
MAIS VALE MORRER-SE DE AMOR
QU’ EXISTIR DE MODO TÃO SOEZ
F. Estêvão