Grito silêncio
Algumas noites escrevo sobre o amor
na ânsia de crer que ele exista
e nesse mundo onde todos são pista
sinto falta de um pouso tranquilo.
Noutras noites escrevo sobre desamor
e sob um céu estrelado desaguo toda dor
ela que saia e não volte
talvez eu até tenha sorte, e lhe encontre, tal amor.
Nas noites que escrevo sou calmaria
e nas que me calo, sou algazarra sem fim
culpa do coração, que, ao contrário de mim
não tem pés fincados ao chão.
Das noites que sou silêncio,
que a insônia me faz companhia
na imensidão da madrugada fria grito silêncio
ao amor que enfim morreria
Ledo engano leitor;
profano engano escritor
amor não morre não, é só de fato o tempo;
dando enfim alento ao teu coração.
Paschoal, George