Desirée

Toda noite eu te procuro,

Cais que desvirgina o escuro,

Sobreexcendendo a fresta

Para o quarto em festa.

Das palavras soturnas, 

Cravo um todo luminoso:

As veias, o pulso, a letra.

Às sombras do impulso

Rema rimadora silhueta.

No molhar dos versos

Afoga o teu rosto,

Nomeia o teu fruto,

Semeia o teu gosto.

Fonte de água e ar puro,

Curvas rodovias,

Saber e floresta

Flor e filosofia.

Todo dia eu te procuro,

De resto o tudo

Me resta contigo absoluto.

Com manso desespero

Reviro o avesso,

Atropelo o tropeço,

Volvo a voltar do começo,

E então eu te procuro.

Larissa Fer nandes
Enviado por Larissa Fer nandes em 24/02/2022
Código do texto: T7459532
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