Tango
Tango
Entraste altivo de preto elegante.
Eu solitária, numa mesa do salão.
meu copo de licor meu acompanhante,
E tu degustavas gin amargo de solidão.
Inquieto, teu olhar insistente me provocava.
Fitavas meu colar, que escorria sobre o decote do meu peito.
Minhas pernas desnudas sutilmente cruzava,
E gole entre gole, ganhavas coragem para nesta valsa, seres o eleito.
Aceitei o convite trémula, enquanto me agarravas pela cintura.
Tuas mãos nas minhas entrelaçadas,
Teu rosto junto ao meu ato de desejo e ternura.
Apertaste-me contra o teu corpo brutamente,
Inclinando-me para o chão, e depois me elevando.
Teus lábios, encostados sutilmente aos seios.
Esta rosa vermelha foi desabrochando.
Esse teu perfume amadeirado, me invadia.
As chamas, queimavam dentro de mim.
Teu ato sedutor, amante nato, foi covardia!
Entreguei-me sem pudor então ao teu sim.
Esse tango, foi explosão de vibrações,
Êxtase de desejo, intenso nos envolveu
E foram apresentados, solitários corações.
E longo e demorado beijo ele ofereceu.
Borboleta Raquel (in eterna aprendiz)