POESIA DE METRÔ
Metodicamente, eu conto passos na estação.
Reparando em tudo ao meu redor.
Meus pensamentos girando em turbilhão.
Antes mal acompanhada do que só?
E pelos vagões, artistas vagueiam entregando.
arte a preço de esmola, por vezes ignorados,
Poucos aplaudidos, chapéu na mão, viola nas costas,
fugir dos guardas faz parte da apresentação.
E minha vontade é de chamar atenção com
um discurso comovente, pediria para quem
tivesse esperança na vida,
pudesse me doar nem que fosse um pouco,
Qualquer quantia bastaria.
Existem coisas que nunca foram limpas.
Assim como os trilhos do metrô, a sua consciência.
Eu alheia a todos que passam, presa na pressa de chegar, sei lá onde e nem para quê?
a convivência comigo anda um tanto inconstante.
E nos "achados e perdidos" dos meus pensamentos.
encontrei a lembrança do meu sorriso mais puro
de quanto meus dias eram mais leves e curtos,
E desembarco na última estação chamada saudade.
Anna Lima