VENENO DE AMOR
O que houve ontem,
Que permanece igual no amanhã?
Num exílio que revela-se,
Ser a porta de entrada para o meu mundo,
Aquele que de tanta insanidade,
Privou-me de ti mesma.
E em todas as vezes,
Mostras-te quem és,
Desviando-me da realidade,
Culminando naquele tristeza,
Cujo lacrimejar é o de não ter-te,
Nem para curar quaisquer cicatrizes.
De onde caminhas,
Que pareces ser tão ilusório,
O querer-te em plena visão,
Quando tudo já virou apenas poeira,
De pisar o tempo todo com os pés no chão?
Ai, meu sono profético!
Do abismo, traz-me a serpente,
Desferindo-me a mordida perfeita,
Deixando entrar na minha veia,
O doce sabor da incompletude,
Misturado com o veneno de amor.
17/02/2022