Meu espólio 

Não sei, se sei mais voar

Não consigo desprender, pés do chão

Esqueci, desaprendi correr, correr e ganhar o alto!

 

Me arrastando na poeira

Me enlameando no pó vermelho das estradas

Agastando-me no asfalto trincado, depois que chuvas encharcaram minhas asas.

 

Quero voltar voar...

Quero novamente, ganhar nuvens

Viajar, tentar alcançar a calda das estrelas, que vagam pelo infinito!

 

Será que este, decretará meu espólio eterno?

Será que nunca mais conversarei, de pertinho com todas as luas?

O que me resta ser agora, tristeza, solidão e saudades pra alguém?

E se eu for... Serei, pra quem?

             (ARREBOL)


 

Oh,  poeta , não te aflijas!
Não te apavores os desatinos!

Decerto que serão fugazes momentos.
Passar, não tardarão, pressinta!

Aquieta teu coração, firma-te no chão ,
Que breve novo impulso terás. 

As tuas asas se abrirão, novos voos alçarás.
Ganharás altitude, ao teu firmamento retornando!

No dorso das nuvens dormirás, embalado
por belos  sonhos.
Rabiscarás, na calda das estrelas, com fios d'ouro, teus belos versejos dourados!

Nunca serás tristeza nem solidão,
Por companhia terás, todas as luas!

                   ( LUAR )


 

EFLÚVIO DE ARREBOL
Enviado por EFLÚVIO DE ARREBOL em 16/02/2022
Código do texto: T7453716
Classificação de conteúdo: seguro