Meu espólio
Não sei, se sei mais voar
Não consigo desprender, pés do chão
Esqueci, desaprendi correr, correr e ganhar o alto!
Me arrastando na poeira
Me enlameando no pó vermelho das estradas
Agastando-me no asfalto trincado, depois que chuvas encharcaram minhas asas.
Quero voltar voar...
Quero novamente, ganhar nuvens
Viajar, tentar alcançar a calda das estrelas, que vagam pelo infinito!
Será que este, decretará meu espólio eterno?
Será que nunca mais conversarei, de pertinho com todas as luas?
O que me resta ser agora, tristeza, solidão e saudades pra alguém?
E se eu for... Serei, pra quem?
(ARREBOL)
Oh, poeta , não te aflijas!
Não te apavores os desatinos!
Decerto que serão fugazes momentos.
Passar, não tardarão, pressinta!
Aquieta teu coração, firma-te no chão ,
Que breve novo impulso terás.
As tuas asas se abrirão, novos voos alçarás.
Ganharás altitude, ao teu firmamento retornando!
No dorso das nuvens dormirás, embalado
por belos sonhos.
Rabiscarás, na calda das estrelas, com fios d'ouro, teus belos versejos dourados!
Nunca serás tristeza nem solidão,
Por companhia terás, todas as luas!
( LUAR )