NA FLORESTA
Tocando a rosa que a meu tato falava,
Entre a folhagem verde seguiste.
Vi, sob ela, tua sombra que passava
A esconder teu rosto triste...
Da sombra que eu já não via,
De um cabisbaixo – denso e triste,
Ficaram os rastros na terra fria
E a saudade que em mim existe.
Ainda tenho em mim a tua réstia,
De quando sumiste na floresta.
A solidão e a minha modéstia,
Foram como numa noite como esta.
Quando não te vi mais, na floresta,
Ouvia dos bem-te-vis, uma orquestra,
Nos ares, e os pássaros em revoada.
Enquanto eu não entendia mais nada...
Olhou-me do alto o sol aberto
cintilando uma nuvem cheia.
Quisera aquecer no solo ao certo,
Uma bela foragida da aldeia.
(Áurea Deluz)
Imagem Ilustrativa : Andrea Hrnjak