Tudo queima, queima e queima.
No verão é tão simples queimar,
Enquanto apoio a cabeça na janela do ônibus e vejo a paisagem correndo lá fora.
O Sol que bate no rosto e me obriga a fechar os olhos,
não há escuridão.
O tom avermelhado toma conta do infinito que criei.
Tua ausência queima, queima e queima.
Outono é tempo de ver o cinza dominar.
Acordar pela manhã e se deparar com a falta de cor;
Não se sabe se é manhã mesmo ou se já entardeceu.
Todo cinza faz a vida lá fora virar uma só;
Não há começo, meio ou fim.
Sem tua cor a vida queima, queima e queima.
O inverno sempre tão clássico.
O frio gelado da manhã que corta o meu rosto.
O meu falar que se dissolve no mundo.
O sopro que dou na janela de casa e acompanho até perder de vista.
Na esperança de chegar até você.
Eu sempre vou até você,
A saudade queima, queima e queima.
A primavera que começa florescer.
O mundo que volta a ganhar cor.
As flores que eu pego pela estrada,
as pétalas que aguardam a sua chegada.
O caminho de flor dentro de casa,
Teu riso surgindo na escada.
Meu amor queima, queima e queima