JANELA

Todo dia, ele passa por aquela rua e olha.

Mesmo chovendo, não se esquece. E ainda se molha.

Já se tornou um hábito, uma mania.

O motivo ninguém sabia, ninguém via.

Quem a ele perguntar, ouve sempre a mesma resposta.

Diz que é arquiteto, que observa portas e janelas.

A ninguém ele diz, a ninguém ele demonstra.

Seu estudo se restringe apenas a uma janela.

E o poeta, cansado de sondá-lo,

pra contar essa história...

Escondeu-se, à noite, e pôs-se a esperá-lo.

"Hoje desvendo esse mistério!"

Descobriu que, nas frestas daquela janela,

surgia uma moça muito bela.

E o rapaz, com muito cuidado,

deixava cair dentro um recado.

Revisora textual, Membro da Academia Virtual de Poetas da Língua Portuguesa (AVPLP) - Acadêmica Titular do Brasil e de Portugal; Membro efetivo da U.A.V.I (União de Autores Virtuais Independentes); Acadêmica Imortal da Academia Mundial de Cultura e Literatura (AMCL) e Imortal Fundadora da Confraria Internacional de Literatura e Artes (CILA)