Te amo porque te amo
Te amo, te amo, te amo.
Com tal zelo e com tal intensidade
Que me surpreendo entre o prazer e o medo
Como a linha tênue que separa o riso do pranto.
Eu que não cria ser capaz de amar tanto
Que não queria ver e então não via
Tanto amor explodindo em tanto encanto
E me surpreendo e também me espanto
Ao constatar do tanto que é o quanto
Que te amo, te amo, te amo!
Eu me pergunto e sem me responder
Ouço o silêncio que me fere os ouvidos
Como um grito, um lamento, um canto.
Te amo. Por que te amo tanto?
Se no meu livro o amor era sonho
E eu já não cria no amor e no conto?
Talvez por tanta descrença e tanto "tanto"
E por ter saído do escuro de outro plano
Então percebo entre perplexo e atônito
Que te amo porque te amo!