Azul Eterno

Vai se embora agora

como a andorinha que chora

no tilintar solene

do triste verão.

Apronte as malas

e entre naquele carro

a paisagem te ascenará

quando chegar à estação.

Lhe emoldurei bela flor

risquei pontos de fuga

do meu próprio amor

e não verei mais

os olhos azuis

da moça morena

que por tanta afeição

vendi terras e poemas.

Ah, como nasce você?

Quem é que te viu nascer?

São todas essas noites

de outonos especiais.

Que admirado encantado

olhando ao céu estrelado.

Perguntei ao criador:

Se era imagem e semelhança

o modo em que te formou.

Ou se era só doce lembrança

como nos dias de teu amor.

Levanta as mãos e abraça o vento

O coração deixou saudades

impressas no eterno azul do céu.

Olha para o mar

e lá estará o firmamento.

Beijo azul sagrado

e para sempre imutável.

Dos nossos eternos momentos.

Testemunha incontestável

outrora fugaz,

porém que se perdeu no tempo.