Doçura amarga

Você sugou toda minha doçura, você bebeu de mim enquanto eu era feito uma tamara madura

Cada pedaço do que me tornava única você apreciou, se alimentou e encheu a barriga

Até se empanturrar...

Até eu me tornar enjoativa pro seu paladar infantil

Fui útil até onde você teve fome, e tentei permanecer útil me moldando a sua imagem e semelhança... Uma garota não pode tentar dar o seu melhor a quem ama?

Então percebi, você ja estava 'farto' de mim, nada do que eu tinha pra oferecer te enchia mais os olhos, e como um vampiro que deixa sua presa após sugar todo seu sangue e sua energia vital, você me deixou.

Pálida, destroçada, arruinada, sem vida, olhos apáticos, totalmente, completamente... não eu

Pelo menos não quem eu ja fui um dia, quem eu costumava me orgulhar de ser...

Meu erro foi te dar em excesso, meu erro foi amar excessivamente, me preucupar excessivamente, regar você para que florescesse e se tornasse a potência que eu sempre soube que você poderia ser

Mas sem dó você ateou fogo na floresta da minha alma, desmatou meu interior, e tentou apagar o desastre com um copo pequeno de água, água essa que não daria nem pra fazer um suco.

E obviamente o fogo se expalhou, toda vida sucumbiu, tudo em mim se foi...

Talvez um dia tudo renasça Novamente, mas a vida demora a se restaurar e encontrar equilíbrio.

Então anseio pela chuva dia após dia, anseio que ela me regue, me lave, me renove. Anseio pra que um dia eu volte a ser uma fruta doce, mas dessa vez, dessa única vez, eu mesmo vou me alimentar de mim, eu mesma vou beber da minha doçura

Me empaturrarei de auto amor