CALEIDOSCÓPIO SENSITIVO

A alguém que penso proibitivamente começar a gostar

CALEIDOSCÓPIO SENSITIVO

Mal conheço

Os teus olhos milenares

Só agora começo

A saber

O gosto

Do teu gostar

Sou imortal nas ideias

E perene nos ideais

Há qualquer coisa que me diz

Que tu podes

Ser uma das tais

Nos dez mil anos

Que já vivi

Como diz o grande poeta

É agradável a tua companhia

Pois um certo tipo de paz

A mim emprestas

Não sabendo

Como acordas os dias

Ou como adormeces nas noites

Apenas o adivinhando

Há algo

Que sinto em mim

Por ti

Uma espécie

De não catalogada empatia

Nos sorrisos que te empresto

Nas palavras que te alugo

Esperando que mas devolvas

Com algo de ti

Com algum uso

Não me sinto o velho guerreiro

À partida

Para mais uma batalha

Perdida

Não me sinto um sonhador

De regresso

A uma nova velha categoria de dores

Não sinto qualquer tipo de euforia

Sinto apenas

Que começo algo de novo

Com a antiga e conhecida magia

Só sei que te vejo

De uma maneira diferente

Pouco ou nada prudente

Que começa a ter

As cores do meu coração

Que se reflectem em contas

E pedaços de vidro

No qual se brilha a imensidão

Nas tais contas que eu faço

Dum futuro invisível

No qual poderás estar comigo

Abro os olhos para a nova espuma dos dias

E alargo os lábios que gostava de ver tocados

E de um desejo ainda mais largo

Numa frase que criei em segredo para Ti:

Caleidoscópio Sensitivo