Pedido ao Tempo
Tempo, tome a frente
Não fiques bravo, não serei ingrato a ponto de esquecer os minutos que me dera por cortesia
Por isso, com a voz trépida de anseio, timidamente lhe peço para que passe
Queres ser complacente? não me ofereça teu ombro ou tua vazia e infindável companhia
Preciso que passe, eu lhe peço
Eu lhe suplico, mas antes de tudo
Preciso dela
Não me deixes cabisbaixo e nem me faça teu escriba como agora, apenas vá
E me deixa senti-lá com a certeza de que se perdeu no caminho
Não me cobre pressa ou que abandone algo, amigo egoísta
Preciso saborear o olhar demorado de amor meigo e íntimo
E apreciar a calma sonolenta da certeza de possuir e pertencer